Traços de forças telúricas com seus elementais básicos sempre fizeram parte do processo criativo de Flávia Fernandes.
Pintora, gravadora e escultora, expandiu os limites da técnica, na criação ininterrupta de recortes, propostas, pinturas, instalações ou objetos diversos, mantendo sempre uma relação visceral com a pintura.
O seu trabalho pressupõe uma sensibilidade particular e uma consciência holística natural.
Com sua poética ela constrói e codifica uma linguagem que propõe estímulos diretos à percepção, capazes de favorecer a quebra do torpor em que habitualmente vivemos em relação a nós mesmos e ao ambiente.
Nas monotipias, através de múltiplas prensas com tintas mais ou menos diluídas, obtêm-se transparências, cuja condensação espacial acrescenta uma dimensão dinâmica à força cromática e à luz quase sublime das suas monotipias luminescentes.
As monotipias (gravuras de prova única) são um trabalho experimental, realizadas no extinto atelier de gravura em metal da UFSC, no Art Students League de Nova York, e no meu atelier, com tinta à base de água, tinta e lápis à base de óleo e colagem na técnica “fondino”. Venho trabalhando com monotipia desde 1994 e a considero uma técnica expressiva que permite enorme gama de possibilidades, inclusive a de ser usada junto a outras técnicas de gravura.
Flávia Fernandes